Estamos criando uma geração cada vez mais distante de valores essenciais, uma geração que parece ser dominada pelo egoísmo e pela desconexão. Vivemos em uma sociedade onde muitas pessoas não conseguem sequer interpretar corretamente um texto. Nossas crianças não estão sendo educadas nas escolas, mas sim, condicionadas. A cultura neste país, infelizmente, parece escassa, especialmente em um ambiente tão desigual.

Perdemos a capacidade de refletir sobre o que realmente importa, de compreender a complexidade ao nosso redor. Poucas são as discussões sérias sobre o que está empurrando nossa sociedade para essa escuridão intelectual. A educação, que deveria começar em casa, está sendo deixada de lado. As famílias estão terceirizando a formação de seus filhos para escolas e professores que, em muitos casos, não têm preparo ou recursos suficientes para fornecer essa base.

Hoje, a vida parece acontecer em alta velocidade. O tempo é tão escasso que mal conseguimos processar as experiências que tivemos no dia anterior. As crianças e jovens passam o dia ocupados com a escola e diversas atividades, mas ao chegar em casa, a conexão com a família se perde em meio às distrações digitais. Jantares silenciosos são comuns, onde cada um está imerso em seus próprios dispositivos. As redes sociais, o WhatsApp e as séries de TV ocupam o espaço que deveria ser de conversas significativas e momentos de aprendizado.

Além disso, estamos empurrando os jovens para uma “vida adulta” cada vez mais precoce. Eles são forçados a crescer rápido demais, sem tempo para vivenciar plenamente a infância e a adolescência. Ao mesmo tempo, são pressionados por uma sociedade de aparências, onde a busca pelo corpo perfeito e pela vida perfeita dita as regras. Muitos acreditam saber tudo, mas, na realidade, ainda são crianças confusas, perdidas em um mundo de superficialidades.

O resultado disso é uma geração desconectada da realidade. Jovens que vivem para serem aceitos em um universo ilusório, onde o que vale é a aparência, a fama e a exposição. Nesse mundo falso, não há espaço para falhas ou vulnerabilidades. Queremos nos encaixar, fazer parte de algo, e isso faz com que muitos sigam comportamentos sem sequer questionar o porquê.

Nossa verdadeira essência, nossas particularidades, são ofuscadas por uma sociedade que exige uniformidade. A educação para a vida, que deveria ser construída através das experiências diárias, dentro de casa e nas interações sociais, está sendo deixada de lado. Precisamos resgatar a importância de enfrentar frustrações, de aprender com os erros e de encontrar apoio na família para construir uma base emocional sólida.

Infelizmente, muitos pais, ocupados com suas próprias responsabilidades, não têm tempo para guiar seus filhos nesse processo de construção pessoal. E os filhos, igualmente imersos em suas rotinas agitadas, não estão dispostos a ouvir. Amigos, redes sociais e até o Google são procurados para responder às dúvidas da vida, mas nenhum deles tem todas as respostas.